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Consultoria não é heresia. Hora de superar seus preconceitos

Momentos difíceis são os mais adequados para racionalmente revermos os nossos conceitos.

Dois episódios recentes provocaram as reflexões desse texto. O primeiro foi uma conversa com uma empresária amiga da área de B2B atuando com sucesso já há 16 anos no mercado de Alimentos e Bebidas. O segundo foi o desabafo de um profissional altamente qualificado com mais de 25 anos de experiência no setor e tendo exercido funções seniores em três empresas multinacionais.

Da empresária, que tem como clientes diversas empresas de grande e médio porte, ouvi que os donos dessas companhias têm uma enorme resistência a contratar consultorias de gestão ou técnicas. Do amigo profissional de sucesso que resolveu encerrar o seu ciclo de vida corporativa e havia aberto uma consultoria há 6 meses, ouvi a seguinte pergunta: Por que os empresários brasileiros apresentam tanto preconceito e rejeição com a proposta de prestação de serviços de consultoria?

Pela experiência compartilhada com outros profissionais de consultorias no setor de Alimentos e Bebidas no Brasil, podemos elencar algumas possíveis explicações.

Primeiro é necessário separar as empresas em dois macro grupos: o das empresas sérias e o das oportunistas. Mas sempre bom lembrar que entre os polos branco e o preto existem diversos tons de cinza.

Com relação as empresas oportunistas, cujo estereótipo é bem conhecido pelos profissionais no mercado – a empresa vai mal, mas a família do dono vai cada vez melhor.

Para este perfil de companhias as consultorias de gestão ou técnicas praticamente não são requisitadas. Este tipo de empresa usualmente contrata serviços de consultoria especializados na denominada engenharia fiscal ou em relações institucionais (político-comerciais-financeiras) com os diferentes níveis da administração pública, tanto para vendas (licitações) quanto para acesso a pacotes de financiamentos subsidiados.

Já para o grupo das empresas sérias, as razões da resistência em contratar suporte externo têm motivações muito diferentes, a saber:

  • A grande maioria dessas empresas são de origem e gestão familiar;
  • São bastante conservadoras no seu apego pelos seus métodos, costumes e a seus fiéis colaboradores (funcionários);
  • Se por um lado as tradições representam uma história respeitável de empreendedorismo e muito trabalho duro através de gerações, isso também gera um ambiente avesso ao auxílio de profissionais externos;
  • Existe um receio do principal gestor de considerar que contratar auxílio externo estaria a expor uma fraqueza ou incapacidade sua frente aos funcionários e aos outros membros da família;
  • Outro fator é o medo de compartilhar os segredos e as deficiências tanto da fabricação como os administrativos-comerciais para profissionais que não têm um vínculo longo e forte com a empresa;
  • Também ficam apreensivos com relação à extensão do diagnóstico e com o plano de correção a serem propostos pelos consultores. Principalmente que as soluções a serem implantadas provoquem modificações sensíveis na maneira de condução dos negócios e alterem o status quo das relações família-funcionários-negócios.

Não podemos deixar de mencionar que no Brasil vigora um ambiente político-econômico altamente antagônico ao empreendedorismo e aos negócios – excesso de regulamentação, altos impostos, burocracia kafkiana, infraestrutura logística paupérrima e custos financeiros insanos.

Por isso são necessários grande vivência profissional, extensa experiência prática e um forte pragmatismo por parte dos consultores no desenho e na implantação das soluções.

Também é necessário grande pragmatismo por parte dos empresários. É necessário encarar a consultoria como um fornecedor de insumos, isto é, ele irá receber aquilo que necessita para continuar a produzir. No caso da consultoria, diagnósticos profissionais, metodologias, conhecimentos adicionais e soluções.

Pela perspectiva racional, a contratação de consultorias profissionais são soluções de excelente custo-benefício para o empresário, qualquer que seja o tamanho da empresa, tanto que são uso comum nos mercados mais maduros. Como são relações comerciais específicas (projetos) entre duas empresas (pessoas jurídicas) é bem mais objetiva e flexível. São contratos bem simples entre as partes, onde se definem os objetivos do trabalho, cronogramas, custos, recursos, tempo de vigência e também o sigilo das informações.

Em tempo, como em qualquer atividade humana, existem as boas e as não tão boas consultorias e consultores, por isso é muito importante para o empresário selecionar adequadamente. Se não ao invés de contratar soluções estarão adquirindo

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